Kadu Lambach destaca melodia de ‘Monte Castelo’ em regravação

Integrante original da primeira formação da Legião Urbana, Kadu Lambach (ou Eduardo Paraná, como ficou conhecido em Brasília) regravou a faixa Monte Castelo em versão instrumental para o CD ‘Rádio Interprete – Lançamentos’ – fabricado em tiragem limitada e também disponível para ser escutado ilimitadamente, aqui no Portal Renato Russo. A iniciativa amplia a obra do autor e disponibiliza suas canções em novas vozes, arranjos e dinâmicas musicais.

Na canção, Kadu faz a guitarra cantar e prova, mais uma vez, porque foi apelidado por Renato Russo de “o Pat Matheny do Cerrado”. Com um belo arranjo, muito tocante, Monte Castelo ganhou ares de música clássica internacional.

Kadu fala como surgiu o convite. “Eu havia gravado essa música para um outro projeto, com uma introdução de violão de aço, com um tratamento erudito, e depois entrava a banda numa roupagem mais pesada. O Giuliano Manfredini ouviu e propôs que eu a gravasse toda no violão de aço. Acatei a proposta, o resto foi adaptar ao violão e interpretar”, contou com exclusividade para o Portal Renato Russo. “Essa música me remete a um Brasil antigo, um país ainda a ser descoberto, um Brasil puro, acho que o Renato conseguiu traduzir isso com muito felicidade. O arranjo deu trabalho e tive que mudar a afinação do violão com o bordão em ré, isso deixou ela com mais peso. Feito isso, quis dar um tratamento usando todas as minhas influências, de André Segovia à Jimi Hendrix”, explica o músico.

O guitarrista achou que o resultado ficou bom. “ Acho que o Renato ia gostar também. Dei um tratamento erudito com pitadas de rock, gerando uma boa fusão. Tenho muitas lembranças musicais com o RR, uma delas foi quando num ensaio acústico de violões, sem o Bonfá, eu encaixei um bom solo, e ele ficou boquiaberto. E foi naquele momento em que eu me tornei músico, nunca tive dúvidas sobre minha real vocação de guitarrista brasileiro”, conclui.

A melhor lembrança de Kadu vem da época que integrava a Legião Urbana em 1982, quando a banda surgiu. “A tchurma era como o Renato chamava os amigos da Colina. E realmente havia um clima mágico. Éramos uns trinta mais ou menos, e estávamos sempre juntos. As meninas eram lindas, simpáticas e ao mesmo tempo irreverentes pelo comportamento punk. Invadíamos festas nas embaixadas, éramos livres, e o nível intelectual era alto também”, relembra Kadu.

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